quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Pedagogia Profana de Jorge Larossa


AGAMENON E SEU PORQUEIRO
do livro Pedagogia profana, pág 189
Notas sobre a produção, a dissolução e o uso da realidade nos aparatos pedagógicos
e nos meios de comunicação [1]

Jorge Larrosa (*)

A verdade é a verdade, diga-a Agamenon ou seu porqueiro.
Agamenon: De acordo
O porqueiro: Não me convence.
Antonio Machado/Juan de Mairena

Juan de Mairena, o autor do livro cujas primeiras palavras constituem o apólogo [2] que coloquei na epígrafe deste texto, é um dos trinta e seis heterônimos ou apócrifos inventados por Antonio Machado.  Este, por sua vez, é um dos maiores poetas espanhóis deste século e foi, além disso, durante muitos anos, professor de Francês em diversos institutos de educação secundária de algumas cidades de Castilha e Andaluzia. Tal como Machado, também Juan de Mairena era poeta e professor, mas não professor de Francês em um instituto, mas de Retórica, de Poética e de Filosofia na Escola Popular de Sabedoria Superior de uma cidade provinciana freqüentada por um variado grupo de adolescentes. Cético em suas convicções, heterodoxo em sua palavra, enormemente cordial no trato e estritamente socrático em sua pedagogia, Juan de Mairena nos deixou algumas magníficas anotações de suas aulas, nas quais a habitual grandiloqüência metafísica e sublime com a qual se costuma tratar os grandes problemas vitais e culturais está freqüentemente contraponteada com o cinismo engenhoso, brincalhão e saudável de personagens baixos e populares, tais como Perogrullo, Gedeón, Badila, ciganos, artesãos, figuras das ruas ou dos cafés, ou o anônimo porqueiro de Agamenon.

* Jorge Larrosa é professor de Teoria e História da Educação da Universidade de Barcelona.

[1] Capítulo traduzido por Tomaz Tadeu da Silva
[2] - MACHADO, A. (1936). "Juan de Mairena. Sentencias, donaires, apuntes y recuerdos de un profesor apócrifo". In: _____. Prosas Completas. Madri: Espasa Calpe 1989. p.1909.

Fonte: http://e-educador.com/index.php/artigos-mainmenu-100/98-agamenon-e-seu-porqueiro
Foto: Flickr_anelatina_JorgeLarrosa_e5c38aa21d_b

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LIBERDADE COMO ACONTECIMENTO: Larrosa e a pedagogia profana no blog PODER REPENSADO (Este blog tem como proposta ser um espaço de descontrução do conceito de poder. Conseqüentemente, rediscutir os conceitos de Política, Sujeito, Comunidade, Comunicação, enfim, começar uma discussão pós-estruturalista de ler a nossa sociedade. Parto de estudos de Nietzsche, Foucault, Deleuze, Veiga-Neto, Jorge Larrosa entre outros. Abraços Odemar Leotti).

"Jorge LARROSA, em sua irreverente obra Pedagogia profana trata em toda a primeira parte de termos como experiência e liberdade, trazendo um título no mínimo instigante. Liberdade como um saltar e pensar no ar, um saltar fruto de experiência da aventura. Isto é, um saber do religar-se ao mundo instantes a instantes como faz o saber que perde o medo de sair do pensamento clerical, saber este, que fecha a criação com o pensamento único, prescritivo, teleológico, preso a uma origem, a uma alma suprema, que rouba o mistério do mundo, rouba um ler para o desconhecido, rouba a possibilidade do encantamento".

Em http://poderrepensado.blogspot.com/2006/12/liberdade-como-acontecimento-larrosa-e.html

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A ESCOLA E O SUPERMERCADO DOS PRAZERES
Entrevista com Jorge Larrosa

Por Maurício Guilherme Silva Jr.

Marcada pela incessante busca de sensações, a sociedade contemporânea costuma relacionar tudo aos movimentos e demandas do consumo. Diversas questões, no entanto, dizem respeito a lógicas humanistas, que ultrapassam os códigos econômicos e ressaltam a importância da diversidade e da diferença.Principalmente na educação, ressalta o professor da Universidade de Barcelona e doutor em Filosofia da Educação, Jorge Larrosa Bondía, as experiências pessoais fazem com que a escola, "essa máquina aparentemente unitária", torne-se infinita.
Foto: idem

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CARTOGRAFANDO NOVOS ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM:
O PROFESSOR EM PROCESSO DE FORMAÇÃO

Por Lúcia Schneider Hardt**

(...) Larrosa, no livro Pedagogia Profana, questiona com veemência a "Casa do Estudo" onde tudo está alinhado, ordenado, seguro. O estudante diante desta "totalidade" tão plena não tem chance de perder-se. Esta generosidade, de fato, impede que aconteça o ato de estudar.

"Somente o estudo ameaça o estudante. Porque no estudo, no seu abandonar-se ao estudo, o estudante renunciou também a tudo que poderia tranqüilizá-lo. Não apenas às pequenas seguranças da vida prática, desse mundo diurno da ação e do trabalho, desse mundo seguro em que cada um é o que é, e sabe o que fez ontem e o que fará amanhã, mas também a outras seguranças da verdade, da cultura, e da significação. O estudante renunciou àquilo que o próprio estudo poderia tornar seguro. O estudante, no estudo, perde o pé, perde-se. Por isso, o estudo é aquilo que coloca em perigo, no máximo perigo. (Larrosa,1998, p.249). Este pressuposto do que seja estudar parece estar ausente em algumas propostas para a formação do professor. Nossa insistência é a de que ele não se perca e que sempre esteja absolutamente situado. Esta será a marca de qualidade.

Texto completo em
http://redebonja.cbj.g12.br/ielusc/necom/rastros/rastros02/rastros0206.html

** Professora do curso de Pedagogia, UFSC, na disciplina Fundamentos Filosóficos da educação II e professora credenciada no Programa de Pós-Graduação em Educação, PPGE/UFSC, atuando na linha de pesquisa "Filosofia e Educação".

Foto: http://portucale.blogspot.com/images/Labirinto.gif

Um comentário:

Mulheres da Loja Fraternidade Josefense nº 30 disse...

Olá colegas!
Estamos em plena caminhada! E muito felizes com as possibilidades desse mundo que se descortina a nossa frente. O blog está lindo Léo. E nós como boas formigas (amei a sacada), seguimos trabalhando. Logo, logo aparecerão as primeiras produções a serem compartilhadas. Sucesso para todos nós que seguimos o rastro das estrelas guias, nossos professores dessa linha maravilhosa.